“Não assumo compromisso nem com o céu, nem o inferno. Tenho amigos nos
dois lugares”. Adoro essa inteligente
frase de Mark Twain (1835-1910). É a minha cara... Tenho amigos de muitas as religiões
e filosofias. Aceito todas, mas,sem seguir nenhuma. Agora quero me dirigir aos
meus amigos católicos. Terça-feira fui visitar uma amiga que havia me convidado
para tomar um café, em comemoração ao meu aniversário, ali na Cidade Satélite. E café..., é uma de minhas paixões... Saí da
Av. da Integração (Av. Gov. Tarcísio Maia), peguei a prefeito Omar O'Grady(que
chamam de “prolongamento da Prudente”), cruzei a Av. dos Xavantes e entrei na
primeira a direita. Aliás, é tão escuro que valida a nova lei de acender os
faróis... Mesmo de dia! Contornei uma rotatória “mal’assombrada” na Rua Serra
dos Carajás, e desci a Rua Serra Acaraí, em direção a Av. dos Caiapós. De
repente luzes azuis, vermelhas, brancas, no meio do nada, chamaram a minha
atenção. Parei o carro, dei marcha a ré e fui ver o que havia despertado o meu
olhar de besouro ávido pelo colorido das lâmpadas. Percebi que era uma santa
dentro de uma moldura de vidro. Dei a volta pela a Av. dos Caiapós e tomei a
primeira à direita: Rua Serra das
Cruzes. Fui até o final. Descobri ali o “Santuário de Nossa Senhora das
Graças”. Estacionei e fui ver de perto. Num primeiro momento, confesso que
fiquei amedrontado. Não havia ninguém por perto, apesar de ainda ser cedo da
noite. 19 horas e pouco. Silêncio quase total. Só quebrado quando passava um
carro um pouco distante, as minhas costas. Assim mesmo sentei em um dos bancos
de alvenaria. Olhei em volta e,encantado com o lugar, apreciando aquele momento,
em silencio,em busca do balsamo da alma: PAZ! Aliás, dizem que “o silêncio é a
mais completa oração”. Agora me lembrei de algumas igrejas que já visitei, de
denominações diferentes, onde o burburinho, o frenesi, e os sorrisos dominicais
(só aos domingos!) me lembravam do mercado de “Bacelona” no dia da feira.
Apesar de não querer, de forma alguma, cobrar santidade de seres imperfeitos,
como eu, percebo que algumas pessoas não têm sensibilidade suficiente para respeitar
o lugaronde busca refugia espiritual. Enfim... Como já disse, o lugar me
encantou. Apenas “meia dúzia” de três ou quatro bancos, em fila dupla, uma
pequena tenda de plástico, uma cruz simbolizando a fé católica, uma pequena
mesa para a celebração e um pedestal, com a imagem da santa guarnecida por um
vidro iluminado. Tudo sobre a verde grama e rodeado de um jardim bem cuidado. Soube
depois que a imagem da santa fica acesa todas as noites! Vi ali um dos traços
do verdadeiro sentido da cristandade: a simplicidade. E, por um momento pensei
que, enquanto exploradores da fé alheia constroem suntuosos templos para
adoração (adoração?), é em lugares como aquele que está o que um cristão
precisa para sentir a presença do Altíssimo. Afinal, o Senhor quer habitar no templo de cada um de nós... Claro,
um templo sadio. Em comunhão com Ele. Não é o meu caso, é bem verdade! Mas,
como sei que Ele veio para os doentes, estava eu ali, tentando ter a chance de curar
meus rancores, minhas magoas, ódios, a lascividade de minha carne, leviandades
do dia a dia, língua solta, arrogância, orgulho exacerbado, impaciência e
incompreensão para com o meu próximo e toda sorte de desgraça que teima em
habitar meu espírito – por minha culpa, minha tão grande culpa, minha máxima
culpa... Fazia um friozinho de leve e aquilo refrescou, não sou meu corpo
castigado pelo escaldante sol de meu torrão, como também a minha alma de
pecador juramentado, consagrado e assumido... Sentei um pouco, me “desarmei” e
fiz minha suplica pensando nas pessoas que tanto amo. Nas pessoas que tanto amei.
E pensei nas que não amo (e aqui , sim, as que eu mais preciso para me redimir
diante do Criador...). E pensei nas que deixei de amar (por que me feriram
profundamente. Porque tentaram me destruir...). Afinal, sou parte de uma raça
terrível de animal: sou humano! Depois das lágrimas do coração, e o alívio do
socorro, voltei no carro, peguei minha câmera e fiz estas fotos para meus
amigos apreciarem. Na saída vi uma senhora e perguntei sobre aquele agradável
lugar. A mulher disse que o “Santuário de Nossa Senhora das Graças” recebe total
apoio da comunidade, e presença, principalmente as quarta-feira, à noite, quando
acontece um terço em louvor ao Senhor Jesus Misericordioso. No primeiro sábado
de cada mês, acontece uma missa. Às 7 horas da manhã. Também tem novenas
regulares no mês de maio, “Mês de Maria”, e no mês de outubro, em louvor a São
Francisco de Assis. Salientou a devota que “o lugar é aberto e que, portanto, a
qualquer dia e qualquer hora, todos podem buscar ajuda e conforto para suas
necessidades espirituais”.Bom, deixo aqui as fotos, o endereço exato, e cada um
de vocês, em particular, Flaviano Pontes, Socorro Barbosa, Francisca Maria, Zé
Luiz, dona Maria de Lourdes, Rose Sena (que são os mais fervorosos católicos
aqui do meu Face. Faltou alguém?) que poderão visitar aquele espaço tão
bonitinho e agradável, em sua simplicidade... Ah, meus amados irmãos, peço-vos
que, em vossas preces, lembrem-se deste pobre diabo aqui. Os demônios, encarnados
e desencarnados, comandados pelo “fedorento” (como dizia minha mulher!), me
cercam ferozmente... Mas, o Senhor, em sua infinita misericórdia, bondade e
compaixão, têm pegado em minha mão e não me deixado sucumbir aos pés de meus inimigos.Desejo,
ardentemente que o Senhor olhe por cada um de nós, especialmente, Seus filhos
neste planeta de tantas injustiças e provações.Mas, me confortam as palavras de
mamãe, quando diz: “Quando acaba a terra de Deus, começa a de Nossa Senhora”...Que
Nossa Senhora das Graças derrame sua graça sobre cada um de nós. Amém, e amém e
amém! – [chico potengy]
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