domingo, 2 de setembro de 2012

HUMANOS, DÊEM UM SORRISO PARA A LUA!

No último dia 26 de agosto fui surpreendido com a notícia da morte do simpático e sorridente astronauta Neil Armstrong. Aquele que, ao descer no até então inviolado solo lunar, reverenciou o momento com a célebre frase: “Um pequeno passo para o homem. Um gigantesco salto para a humanidade”. Somente um sonhador, consumido pelo fogo da paixão, teria a sensibilidade de proferir uma profecia em poesia histórica. Ah, mas a lua provoca os amantes. Sim, ela encanta e faz sonhar com a pessoa amada, desejada, e muitas vezes, inalcançável. É ela quem houve os lamentos dos corações quebrantados, sustentando-lhe a dor, acolhe suas lagrimas. Ela faz os seres humanos caminhar sobre as areias da praia e declamar, com o coração em brasa, mas, com a doce inspiração da alma e do espírito dos poetas... Nas Quintas – onde eu morava em 1969 -, a exemplo de todo os outros bairros, ao redor do mundo, não se falavam em outra coisa a não ser de que o “homem foi à lua”. Um sacrilégio para os fundamentalistas religiosos. Um divisor de águas para aqueles que acreditam na ciência. Mas uma mentira, para minha cética futura esposa. Foi assim, as reações aquele ponto da História. Eu acabara de completar 8 anos de idade. E quando soube que a nave desceria no “mar”, impulsionado pela curiosidade infantil, peguei um ônibus “Rocas-Quintas” até o Alecrim. Depois um “Vila Naval-Areia Preta”, descendo no ponto do Hotel Reis Magos. Sentei-me a borda do calçadão da Praia do Meio e fiquei toda aquela tarde - com os olhos vidrados naquele ponto que, na minha visão, era o “mar” - esperando os homens descerem sua nave vinda da lua. À noitinha voltei para casa terrivelmente decepcionado. Mamãe, com “ar de louca”, me esperava com uma corda de sisal, dobrada em duas partes, para me dá uma surra memorável. A frustração de não ter visto os astronautas pousando nas águas do Atlântico - desceram a milhares de quilômetros no Pacífico - e a dor marcante daquela pisa, ficou na minha história de vida. Alias, eu sempre pensei que levaria para o túmulo os rabiscos, em branco & preto, do quadrado da tela da TV Tupi - do dia 20 de julho de 1969. Mas, as impressionantes e coloridas imagens do 11 de setembro (de 2001) substituíram, em mim, aquelas de Armstrong e Aldrin, caminhando no satélite mais bonito do Planeta Terra. Neil Armstrong se foi. Viajou, em definitivo, para o espaço sideral que ele conhece tão intimamente. Sua família agradece os gestos de carinho - e reconhecimento a grandeza de um dos pioneiros da Era Espacial - pedido que nós, humanos, ao ver a lua, saldamo-lo com um sorriso. Ele receberá. - [cp]

Um comentário:

  1. Grande texto César, que ns faz sonhar como aquele garoto de 8 anos! Uma volta a reminiscência de todos nós! Parabéns pelas palavras tão poeticas e cheias de significado!Um grande abraço "senhor da lua"!

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