Eu me lembro
vagamente daquele acontecimento. Eu tinha uns três anos de idade. Tenho dúvida,
mas, foi entre 1963/64. Morávamos (eu e mamãe) na Rua Duque de Caxias, vizinho
a delegacia da cidade. Era um domingo. Alguns garotos me chamaram para ver um
jogo. Foi o primeiro jogo de futebol que eu iria ver. Os meninos me disseram
que, "Pelé e Garrincha 'vai' jogar". O país ainda estava embriagado
com o bicampeonato no Chile. Eu jamais ouvira falar
na dupla. Mas, meus coleguinhas, para me convencer a ir, disseram que eram
jogadores da Copa do Mundo. Naquela época o campo de "Bacelona" era
ali onde hoje é a segunda etapa do cemitério municipal. Uma das traves era
encostada no muro do cemitério antigo, e a outra quase na porta do casal Chico
Raposa e Lourdes. Eu fui de calção, sem camisa e sem chinelos (mamãe nem viu!).
Lembro que logo que dobrei a esquina da família Sotero, encontrei um homem
sentado num tamborete "rasgando" um acordeom tocando xote, xaxado e
baião. Ele vestia uma camisa do time visitante - de São Paulo do Potengi -,
listrada com três cores. Hoje eu sei que era a camisa do Fluminense do Rio de
Janeiro. Muita gente a beira do campo, e muita comida também: galinha torrada,
arroz de festa, farofa e..., cachaça. Hiperativo, eu não estava nem aí - nem
para comida e muito menos para o jogo. Longe de mamãe, eu queria era correr,
arrodear o campo naquela algazarra infantil. Eu jamais soube qual foi o placar
do jogo. Também não vi Pelé nem Garrincha, que "jogaram" só na
fantasia da meninada. – [cp]
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