segunda-feira, 20 de agosto de 2012

BAZAR É NA LIGA E PENHOR É NA CAIXA

No último sábado a Liga Norte-Rio-Grandense Contra o Câncer fez um bazar com mercadorias doadas pela Receita Federal. Segundo o Jornal de Hoje - Edição de sábado dia 18 - o evento acontece a cada dois anos e a renda deste ano será destinada ao Hospital Luiz Antonio para a construção de uma nova enfermaria.

Inicialmente o bazar da Liga era direcionado aos seus funcionários. Agora se abre para gregos, troianos e natalenses em geral. Basta ...ter dinheiro, pois o pagamento só é aceito avista e no cash. E ainda tem da fazer uma espécie de cadastro, junto a Receita, informando CPF etc, etc, etc...

Estou aqui com o “Aurélio” e ele me informa o seguinte: “’bazar’ – loja de comercio de objetos variados, sobretudo quinquilharias, louças, brinquedos, ou de objetos raros, exóticos”. Já o “Larousse” diz que: “’Bazar’ – Vem do persa. 1) Loja onde vende toda sorte de objetos, principalmente quinquilharias e brinquedos. 2) Mercado publico e coberto no Oriente Médio e Norte da áfrica”. Entendi.

Bom, no “bazar” filantrópico da Liga tinha aparelhos de DVD, de som, televisores, celulares, relógios, louças, roupas íntimas, perfumes e muito mais. Os organizadores calcularam um valor estimado em cerca de R$ 80 mil.

A fila de compradores começou logo as 07:00h mas, foi dado o privilégio das primeira compras aos costumeiros privilegiados. E o que sobrou ficou para plebe rude. Até aí, tudo bem. Em Natal é assim mesmo. Mas o que me chamou atenção da reportagem do jornal foi a “importância” dos compradores. Uma empresaria, podre de chique, disse o seguinte: “Fiquei sabendo do bazar pela internet e vim ‘privilegiar’ o evento”. Privilegiar... Uma professora disse o seguinte: “... Vim para comprar e ‘ajudar’ a Liga”. Ajudar... Uma dona de casa concluiu: “... Acho a iniciativa valida e como eles vivem de doação, vai ajudar muito”. Ajudar muito...
Ah, Natal, Natal... Um dia minha mulher foi a Caixa Econômica, da Ribeira, penhorar umas jóias a fim de levantamos um dinheiro extra, pois a feira não estava completa. Aí me chega uma loura cinematográfica – exibido um par de pernas descomunalmente torneadas – pegou uma ficha e sentou ao nosso lado. A estonteante “Kim Basinger”, cheirando mais que a filha de um barbeiro, e com um par de óculos escuro, bem maior que seu lindo rostinho, caiu na besteira de contar riqueza para dona Graça ouvir. E lá para as tantas disse a infeliz frase: “Vim aqui ‘guardar’ uma jóias de família”. Minha mulher a fitou com seu olhar enigmático e, educada e delicadamente, aconselhou: “Querida, aqui na Caixa não se guarda jóias. Aqui se penhora. Aqui é para quem está precisando de um dinheiro rápido e com juros baixos. Mas você poderá guardá-las no Banco do Brasil, se preferir”. Eu, lívido, quase morri.

Isso é Natal.  - fcésar

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