terça-feira, 16 de julho de 2013

UM BREVE RELATO DO MEU DIA COM JOÃO PAULO II


Aproxima-se o dia da chegada do papa Francisco. Será um momento de grande celebração para a fé Católica Apostólica Romana em todo o mundo. Há poucos dias ele já havia deixado o povo católico em estado de total felicidade ao anunciar, para breve, a canonização de João Paulo II.

Escrevi o texto abaixo em 2 de abril de 2005, mas, havia perdido entre tantos no meu PC. Hoje, por acaso, o reencontrei.

Eu conheci pessoalmente o papa João Paulo II em outubro de 1991. Do apartamento onde eu morava, no Flamboyants, vi o avião descer no Aeroporto Internacional Augusto Severo, na vizinha Parnamirim -  uns sete quilômetros lá da minha janela -  enquanto acompanhava as imagens pela Rede Manchete de Televisão.

Uma hora depois lá estava eu, as margens da BR 101, na altura do Conjunto Neópolis, para ver o santo padre passar em seu carro “papa-móvel”. E passou devagarzinho, acenando a multidão que se comprimia, em direção a Cidade Alta para dedicar a Nova Catedral aos fies de Natal, do Rio Grande do Norte.

No dia seguinte levei minha filha, então com 3 anos de idade, as margens da Avenida Engenheiro Roberto Freire, próxima a nossa casa, para ver o papa, que havendo pernoitado em Ponta Negra, seguiria para uma celebração campal onde fora construído o “papódromo”. Ficamos sobre o canteiro e não havia ninguém próximo a nós. O papa nos viu e acenou, acompanhado do seu carismático sorriso, retribuindo a nossa humilde saudação. Foi um momento de muita emoção para mim principalmente que, na verdade, não estava ali por fé ou devoção. Queria apenas que minha filha vivesse aquele momento. Que testemunhasse aquele fato histórico para o nosso povo. Ele era, não só um chefe religioso, mas, também, de Estado. E pensando em tudo isso fiz questão de levar a criança para que fosse importante a ela.

Eu e João Paulo II tivemos uma “relação” totalmente baseada na tolerância. Apenas na tolerância.  Por não ser católico, e ter o privilégio de não aceitar nenhum tipo de crença, dogma ou doutrina, muitas de suas ideias não me “entravam”. Contudo, concordávamos no quesito integridade da família, e, principalmente, na condenação ao aborto.

Durante pouco mais de 26 anos Karol Wojtyla nos foi familiar. E creio que seu maior legado tenha sido a humildade. Com seu carisma ganhou o mundo, que ficará mais pobre sem sua liderança espiritual. - (fcb/cp)

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