Aproxima-se o dia da
chegada do papa Francisco. Será um momento de grande celebração para a fé
Católica Apostólica Romana em todo o mundo. Há poucos dias ele já havia deixado
o povo católico em estado de total felicidade ao anunciar, para breve, a
canonização de João Paulo II.
Escrevi o texto abaixo em
2 de abril de 2005, mas, havia perdido entre tantos no meu PC. Hoje, por acaso,
o reencontrei.
Eu conheci pessoalmente
o papa João Paulo II em outubro de 1991. Do apartamento onde eu morava, no
Flamboyants, vi o avião descer no Aeroporto Internacional Augusto Severo, na
vizinha Parnamirim - uns sete
quilômetros lá da minha janela -
enquanto acompanhava as imagens pela Rede Manchete de Televisão.
Uma hora depois lá
estava eu, as margens da BR 101, na altura do Conjunto Neópolis, para ver o
santo padre passar em seu carro “papa-móvel”. E passou devagarzinho, acenando a
multidão que se comprimia, em direção a Cidade Alta para dedicar a Nova
Catedral aos fies de Natal, do Rio Grande do Norte.
No dia seguinte levei
minha filha, então com 3 anos de idade, as margens da Avenida Engenheiro Roberto
Freire, próxima a nossa casa, para ver o papa, que havendo pernoitado em Ponta
Negra, seguiria para uma celebração campal onde fora construído o “papódromo”.
Ficamos sobre o canteiro e não havia ninguém próximo a nós. O papa nos viu e acenou,
acompanhado do seu carismático sorriso, retribuindo a nossa humilde saudação.
Foi um momento de muita emoção para mim principalmente que, na verdade, não
estava ali por fé ou devoção. Queria apenas que minha filha vivesse aquele
momento. Que testemunhasse aquele fato histórico para o nosso povo. Ele era,
não só um chefe religioso, mas, também, de Estado. E pensando em tudo isso fiz
questão de levar a criança para que fosse importante a ela.
Eu e João Paulo II
tivemos uma “relação” totalmente baseada na tolerância. Apenas na tolerância. Por não ser católico, e ter o privilégio de
não aceitar nenhum tipo de crença, dogma ou doutrina, muitas de suas ideias não
me “entravam”. Contudo, concordávamos no quesito integridade da família, e,
principalmente, na condenação ao aborto.
Durante pouco mais de
26 anos Karol Wojtyla nos foi familiar. E creio que seu maior legado tenha sido
a humildade. Com seu carisma ganhou o mundo, que ficará mais pobre sem sua
liderança espiritual. - (fcb/cp)
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