quinta-feira, 25 de julho de 2013

ROBERTO MACHADO


Na semana passada eu conheci pessoalmente o jornalista Franklin Machado. Ouço-o todos os dias, pela manhã, pois o mesmo é um dos apresentadores da CBN em Natal – “a rádio que toca notícia” -, onde comanda uma rede de comunicação, integrando outras rádios no Rio Grande do Norte, trazendo tudo o que acontece No Estado. Ele mora bem próximo a minha casa e nós já fizemos amizade. Curiosamente, sábado 20/07, Dia do Amigo. Em nossa conversa inicial, de cara, perguntei o que ele era de Roberto Machado. Respondeu-me que eram irmãos. Aí eu voltei no tempo... 

Lembrei-me do inicio dos anos 1970, quando eu era uma criança torcedora do ABC F.C. O “Castelão” recém-inaugurado, “casa” lotada. Cinquenta e tantos mil pagantes... Faltando chão, como se diz por aí. Sim, naquela época o jogo principal começava às 17 horas, mas o torcedor tinha de chegar já as 14. Se não, amigos, corria o risco de nem entrar. Lamentavelmente, em seus últimos suspiros, o estádio que tantas glórias viveu, dava espaço para uma “pelada” na arquibancada enquanto os clássicos se desenrolavam lá em baixo. No gramado. Ou seja: não ia quase ninguém. Que coisa!

Lembrei-me de um tempo bom... Quando o torcedor saia tranquilo de sua casa para ver, apenas e tão somente, um jogo de futebol. E disputadíssimo, diga-se de passagem... Hoje ele sai e não sabe nem se volta para casa. Para o jovem leitor ter uma Ideia, foi lamentavelmente surpreendente quando os jogares do ABC, comandados por Pedro Pradera, atacara os do América. E o que se viu entrou para a História do Futebol. Naquela noite de 1978 Natal foi notícia no Fantástico da Rede Globo. Coisa rara de acontecer, até então - pois aquela explosão de fúria marcava o inicio da violência dentro de campo. Comum, hoje em dia...

Lembrei que ouvir um jogo do ABC, narrado por Roberto Machado, em minha opinião, era meio jogo ganho - nem sei se ele é alvinegro. O certo é que eu sentia uma “segurança” danada quando, com seu límpido vozeirão, o narrador da Rádio Nordeste anunciava que “O Mais Querido jogará com Erivan, Fidelis, Draílton, Anchieta, Alberi, Petinha (...) e defenderá a meta que dá para a Avenida Prudente de Morais, portanto, atacará a meta que dá para a BR 101”. Pronto, aquela informação, para mim era meio jogo ganho...

Lembrei que Roberto Machado marcou uma das vozes mais bonitas dos narradores que ocuparam os microfones esportivos das rádios natalense. Depois o homem sumiu. Nunca mais ouvi se falar. Na Calçada do Café São Luiz, ninguém sabia ou não sabe. Só se comentavam suas memoráveis narrações. Por isso, a queima-roupa, perguntei se havia parentesco entre os dois e por onde andava. Franklin me responde: “Em casa, numa rede!” E pronto.  E ficou registrado na História do Rádio Norte-rio-grandense e potiguar. E ficou na História de um tempo em que o jogo de futebol era feito de 22 jogadores, apenas na disputa de uma bola... - (fcb/cp)

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