quinta-feira, 14 de novembro de 2019

ENOQUE - AGRADÁVEL REENCONTRO


Mamãe costuma dizer que "caminho de doido, não tem errada." Todos os meus amigos sabem que sou o Campeão Mundial em Pegar Ônibus Errado. O sorridente jovem que aparece nesta fotografia, ao meu lado, é o inesquecível amigo Enoque Zacarias Sales. O melhor amigo de minha infância. Apaixonado torcedor do Alecrim Futebol Clube. Isso me causava uma inveja tremenda. Eu era louco para ser também torcedor do time "periquito". Achava muito bonito quando ele escalava o time, dando ênfase ao atacante Vasconcelos e ao zagueiro Walter Cardoso. Eu queria, também, dizer aquela escalação. Conheci Enoque em 1972, quando chegou na Escola Padre Miguelinho para ser um escoteiro do Alecrim. Veio para a minha patrulha: Raposa. Na época morava na rua Luiz Fernandes, Quintas, próximo a Igreja de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, tendo à frente o Padre Tiago Theisen. Passamos dois anos brincando muito - de jogo de botão, de times com caixa de fósforos, batendo pelada na rua. Gostávamos de descer a rua Dr. Mário Negócio assobiando o Hino Nacional Brasileiro. Éramos bem divertidos juntos. Enoque é irmão de Cosme (ex-goleiro do Força e Luz, em 1973 - assassinado covardemente na década de 80), Damião (que foi dono do América das Quintas), Gilvan (lutador de luta livre). Perdemos contato em 1974. Eu era louco para reencontrar o amigo. Hoje pela manhã, indo ao Santuário de Nossa Senhora de Fátima, em Parque das Dunas, estava na parada do ônibus e deveria ter dado com a mão ao da Linha 75B. Pedi ao da Linha 15-16. Fui descer na UPA de Pajuçara, à três quilômetros de meu objetivo. Por incrível que pareça, levei no bom humor. Afinal, estava indo em busca de energia espiritual. Entrando em ruas diversas, direita-esquerda-direita, literalmente esbarrei com meu amigo, que não me reconheceu. Eu disse: "Enoque Zacarias Sales!" Com seu largo sorriso de Louis Armstrong, ele me estendeu a mão e perguntou: "Quem é? Não estou lhe reconhecendo!" Respondi: "Sou 'Poeta', seu amigo de infância!" O abraço foi inevitável. E, em poucos minutos, relembramos muita coisa boa de nosso passado. Disse-lhe que sempre desejei revê-lo, antes de morrer. Trocamos número de telefone e recebi um honroso convite para almoçar em sua casa, um dia desses, e conhecer sua família. Foi realmente um momento de muita alegria e satisfação. E o caminho, por mim tomado, nem foi tão errado assim.

Chico Potengy

Em tempo: o interessante foi o detalhe das camisas.
Texto de 13 de novembro de 2019.


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