Quando eu
era criança, anos de 1960/70, viajava muito à "Bacelona", e de lá,
para a casa de meus avós, no Sítio Caiçara - Caiçara dos Barbosa, nove
quilômetros na direção Nordeste. Vovó tinha um aparelho de rádio, permanentemente
sintonizado na Rádio Brejuí de Currais Novos (RN.). Ela não perdia a Missa do
Agricultor, às segundas-feiras. A emissora transmitia direto da Matriz de Nossa
Senhora de Sant'Ana, naquela linda cidade do Seridó norte-rio-grandense. É
desnecessário dizer que vovó não gostava que se "bulíssi" na
sintonia. Mas, sabe "minino" como é... Aos domingos, a doce voz de
uma moça (até hoje tenho aquela voz em minhas lembranças!) "viajava"
cem quilômetros e chegava até nós pelas ondas do rádio. Aliás, a Rádio Brejuí
tinha um chiado inconfundível. Por um momento fecho os olhos e "ouço"
aquele ruído sempre que me lembro. Pois bem, naquela época o rádio era, para o
povo dos sítios e fazendas, como é hoje a TV para as cidades. O mesmo grau de
importância. De modo que os ouvintes escreviam para aquela jovem apresentadora
(que eu nunca consegui descobrir seu nome), em seu programa de variedades,
enviando-lhe cartas com notícias, notas de falecimentos, mensagens e
solicitações musicais. Aos domingos, a música mais pedida era "Parabéns,
parabéns, parabéns", do grande cantor gaúcho, Teixeirinha. Jamais me
esqueci... - Chico Potengy
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