Ontem à tarde Edson Aquino (Edson
II) me chamou para ir até sua casa. Disse que tinha algo para me entregar.
Chegando lá o amigo me deu um exemplar da revista Aventuras na História -
edição de outubro de 2004. Além da data antiga, vi que era uma revista já
bastante usada, com marcas de dobras, comprada em sebo. Aquino exibia um leve
sorriso. Pensei que a resposta estivesse na chamada da capa: Júlio César! Todos
os meus "chegados" sabem de minha paixão pela antiga Roma e seus Césares. Admiro cada um deles, governando com sua singularidade. Às vezes até
fantasio que trago, em meu DNA, um gene daqueles grandes homens da história: a
postura ditatorial (de Júlio César - que não foi imperador, e sim, cônsul!), a
inteligência (de César Augusto), a arrogância, a prepotência e o autoritarismo
(de Tibério), a devassidão (de Calígula), a heterossexualidade (de Cláudio) e o
amor à arte e à cultura (de Nero). Depois, não sei ao certo, simpatizo com esse
nome: César! Tem algo de..., másculo, nele. Enfim. Já em casa, dei uma olhada
no conteúdo da revista, e, sem atropelar os assuntos, "comecei pelo
início". Adoro essa frase: "começar pelo início"... Quanta
sabedoria e lógica há neste "mandamento"... Li a mensagem do Editor,
o sumário e, em seguida, a página das "Missivas". E foi quando
encontrei a resposta para o sorriso do amigo: meu nome estava impresso em um
pequeno texto. Em agosto daquele ano a revista havia publicado um artigo,
contando a história das bombas atômicas, lançadas sobre as cidades japonesas de
Hiroshima e Nagasaki. Um depoimento de uma sobrevivente me chocou (a moda agora
é dizer "impactou"!). Imediatamente enviei um protesto. Na verdade, não
tive a pretensão de tê-lo nas páginas da revista. Foi apenas um impulso. Uma
visceral recusa àquele massacre contra civis indefesos. Recusa àquele ato
insano, exibicionista e devastador. Muito provavelmente o maior crime contra a
Raça Humana. Algo covarde e inconseqüente, contra nossos irmãos amarelos. É
claro que Tio Sam(uel) tem uma versão bem bonitinha, que agrada aos idiotas.
Lembro-me que a direção da revista me enviou uma resposta. Pensei que se
tratasse de mera formalidade. Acontece que, alguém, na revista, considerou
importante e publicou. Agora, neste instante, confesso que estou confuso -
entre o meu ego massageado (em saber que minha mensagem foi linda por centenas
de pessoas leitoras da revista) e a realidade de meu protesto. Contudo,
agradeço a toda equipe da Revista Aventuras na História pela publicação. As
revistas Istoé, Veja e Set, também já publicaram textos meus. Esta aqui diz
assim: "Jamais havia lido um comentário de dimensão tão marcante sobre o
maior crime do século 20 como a da senhora Tomie Hotake (Agosto na História,
página 16). Apesar dos 100 mil mortos, o governo americano segue impune."
- César Barbosa, Natal/RN. - Chico Potengy
Texto de 26/05.
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