sábado, 11 de abril de 2015

SER ALECRINENSE

Não, não é fácil ser torcedor do Alecrim. Não é chegar e dizer: "Quero ser torcedor do Alecrim"! Não, não é assim não! É um dom. O sujeito nasce alecrinense na alma. Está dentro. Não tem essa coisa de "papai comprou minha camisa", ou "mamãe acha bonito" o verde e branco que tanto amamos. Geralmente o torcedor do Alecrim nasceu na Policlínica (Hospital Professor Luiz Soares). É batizado na Igreja de São Pedro, e casa na Igreja São Sebastião. Viu filmes no Cine São Sebastião (O “Bostinha”), no Olde, São Pedro, São Luiz ou na casa de Dona Carminha, na Av. 8 (Rua dos Pajeús). Também é preciso ter tomado uma "abacatada" no Rei do Abacate, comido pão da Cial, da Padaria Santa Cecília, ou Santa Célia. Comprado mala na Casa Sarmento. Botões e "riri" na Casa Azul. Comprou a camisa "verde-esmeraldina" na A Paraibana. Perdido a virgindade (ambos os três sexo) no cabaré de Maria. Estudado nos colégios do Bairro do Alecrim, comido picado na feira (alí na Av 8 com a Av 1 - Presidente Quaresma), chupado manga no Sítio de "Dr. Choque", entre outras coisas... No final deixar claro para a família que, ao morrer, quer ser enterrado no Cemitério do Alecrim (como eu, por exemplo). Sou um caso raro: não nasci em Natal (graças a Deus!), mas, sempre - "derna" do meu primeiro ano de vida - morei pelo Alecrim. Chico Potengy tem o costume de dizer que, "Em Natal existem três Clubes de Futebol: ABC que é o time do povão. O América, time da elite. E o Alecrim para quem tem bom gosto". Mas, todo "zé ninguém", todo "bunda suja", todo "senfuturo" diz que a torcida "periquito" cabe dentro de uma Kombi. A gente faz é gozação com isso. Hoje há tarde, numa roda do Café São Luiz, havia seis torcedores: eu, Normando, Osório, Dickson, Luiz e Gutenbergue Costa. O fato sucedeu-se no final dos anos 1970. Voltavam de Mossoró, aonde haviam acompanhado um jogo, Normando, Francisco Macedo e outros. Sete no total, viajando dentro de uma Brasília. Próximo a Cidade de Lages um pneu estourou. O caro saiu em zig-zag na BR. Macedo com muita luta conseguiu parar o Volkswagen. Normando foi o primeiro a sair do carro. Tremendo de medo. Nisso Macedo tem uma crise de riso. Quando lhe perguntaram o motivo, respondeu: "Estou pensando em como seria a manchete dos jornais, amanhã em Natal: 'Alecrim perde TODA a sua torcida em desastre automobilístico'". - fcésar


NOTA: texto de 07/04.

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