Você acredita em anjo? Antes de entrar no
assunto principal, um preâmbulo se faz necessário. No dia em que eu morrer, a
PRIMEIRA "pessoa" que quero encontrar, e abraçar fortemente, é o meu
anjo da guarda. Este divino ser, cuja árdua missão é a de me proteger -
"derna" do ventre de minha mãe, quando ela só, abandonada, poderia
ter me abortado - ao longo de minha existência. E, acredite, caro e paciente
leitor, já dei muito trabalho e preocupação para ele... Não sou nada bonzinho!
Por isso quero encontrá-lo, abraçá-lo, agradecê-lo e parabenizá-lo por tudo.
Realmente, não tem sido fácil. A partir de hoje, sempre que me for possível
recordar, contarei uma de suas proezas, na tentativa de que eu não parta antes
do "prazo de validade". Meus jovens leitores devem estar se pergunta
que objeto é esse que aparece aqui, ilustrando meu texto de único parágrafo.
Trata-se de uma chave de medidor elétrico. Feito de porcelana (ou coisa
parecida) foi usado até poucos anos. A história que vou contar é uma das raras
que não me lembro. Sinceramente, não me lembro... Mamãe é quem conta. Corria o
ano de 1963. Ela trabalhava no Café de "Joquinha". "Café",
naquela época, era o que hoje chamamos de restaurante. Joquinha - irmão de Dão,
de Nestor, entre outros - veio de Barcelona e se estabeleceu alí no inicio da
Rua Dr. Mário Negócio. Naquela época, em Natal, não havia Estação Rodoviária.
De mondo que, no Bairro do Alecrim, os ônibus, vindos do interior, estacionavam
esperando a hora da partida. O prédio do Café pertencia a Seu Domingos, pai do
famoso locutor de rádio Souza Silva (ambos já falecidos). Lembro que era um
grande salão, com mesas e um balcão de madeira, comprido, em forma de
"J" - ou "L" ao contrário. Em baixo do balcão havia um
medidor de energia montado, com dois fusíveis desprotegidos. Um dia meti o dedo
na rodela branca... Felizmente fui arremessado sobre a parede e cai estatelado.
Mamãe quase enlouqueceu. Eu tinha dois anos de idade. Obrigado meu Anjo da
Guarda! - fcésar
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