segunda-feira, 16 de março de 2015

SÁBADO DE POESIA

Sábado o natalense pôde comemorar o Dia da Poesia no Mercado de Petrópolis.  Eu não pude ir. Estava fazendo city tour com um grupo de argentinos. Os “hermanos”, assim como os suecos e finlandeses, vêm em família: marido, esposa, filhos, cachorro, gatos... Bem diferente da escória européia (da Alemanha para cá) que só se interessa por prostitutas e drogas. Mas, enfim, vamos à poesia... Como já disse, não pude comparecer. A foto que ilustra o texto é de 14 de março do ano passado. O Café São Luiz promoveu uma noite de cultura para os seus freqüentadores. No momento da foto declamo (e veja só que irônico) falas do professor John Keating - vivido pelo ator Robin Williams (1951-2014) - no filme “Sociedade do Poetas Mortos” (Dead Poets Society/1989), de Perter Weir e roteiro de Tom Shulman). Dizia eu: “Nós não lemos, e escrevemos poesias porque é bonito, mas sim, porque somos membros da Raça Humana. E a Raça Humana está cheia de paixão. Medicina, direito, administração, engenharia, são ocupações nobres, necessárias a vida. Mas poesia, beleza, romance, amor... É isso que nos mantém vivos”. Noutro momento declamei: “Não importa se o poema tem um tema simples. A poesia mais bonita pode ser sobre coisas simples. Como um gato, uma flor ou a chuva. Pode surgir poesia de qualquer coisa que possua vida. Só não deixe seus poemas serem banais”. Finalizei com este; “Fui à floresta porque queria viver profundamente e sugar a essência da vida. Eliminar tudo o que não era vida. E não, ao morrer, descobrir que eu não vivi...”. Em 1990, quando voltei a freqüentar o Café São Luiz, depois de anos afastado, encontrei uma gama de portas e trovadores, nata da cultura de Natal. Entre eles, lembro bem de Revoredo Netto, Sebastião Soares, Francisco Macedo, Francisco Bezerra e Chisquito – o poeta maior. Todos lamentavelmente já falecidos. Felizmente, ainda entre “nóis”, Ivory, Rodrigues Neto, Jair Figueiredo, Pedro Grilo, Jonas Ramos Neves e outros que chegavam, declamavam, e iam embora. Como Chico Potengy, por exemplo. Também em havia a circulação de zines. Publicações de poesias. Lembro bem do Segrel, A Trombeta e a revista da Academia dos Trovadores do RN. Infelizmente, com a morte de muitos dos “cabeças”, a poesia foi morrendo na Calçada do Café São Luiz. Os que ainda restam, Modesto Afonso, Eurly, dificilmente publicam algo. O que é uma pena. – fcésar

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