Hoje faz cinco anos da
grande viagem de Osvaldo Oliveira. Cantor e compositor nascido em 1935, no
Bairro da Matinha (hoje Fátima), Belém do Pará. Carinhosamente chamado de “O Vavá
da Matinha”, Osvaldo é um daqueles que valida à máxima que diz que “só se morre
no dia”. Sim, ele “deveria” ter morrido no dia 14 de março de 1970. Reza a
lenda que tudo aconteceu assim: componente do famoso grupo chamado de “Caravana
do Forró” (criado pelo produtor musical Abdias Filho, também estava Marinês e
Sua Gente, Jacinto Silva, Abdias, Jackson do Pandeiro, Coronel Ludugero, Otrópe
e Dona Filomena, Messias Holanda, Trio Nordestino, Elino Julião, entre outros. Aliás,
sua amizade com Elino lhe rendeu grandes sucessos: “Va lá, vá!”, e “A Deusa do Mercado
São José”). No dia anterior havia se apresentando em São Luiz do Maranhão.
Parte do grupo tomou um avião rumo a Belém. Aquela noite Osvaldo caiu nos
braços, e na cama, de uma garota, perdendo o vôo 903. Chovia muito aquela manhã
e, na aproximação, o piloto despencou, atolado a aeronave na lama da Baía de
Guajará, em Belém do Pará, morrendo quase todos os 39 ocupantes. O desastre foi
tão dramático que, alguns corpos, dentre eles o de “Coronel Ludugero” (Luiz Jacinto
Silva, 1929-1970) só foi encontrado no dia 30 – sepultado em sua terra,
Caruaru, Pernambuco, no dia seguinte. Só três pessoas sobreviveram. Otrópe (Irandir
Costa, ?-1970), também morreu aquele dia. Servindo como
suboficial da Aeronáutica, na função de rádio telegrafista, Osvaldo, em 1959,
foi transferido para a cidade do Rio de Janeiro. Na época era sucesso em sua
terra, cantando nos programas de calouro da Rádio Clube do Pará. Em 1961 gravou
seu primeiro disco, de 78 rotações, na Gravadora Continental. No mesmo ano
estreou na CBS, onde fez seus melhores registros fonográficos. E foi um dos
maiores vendedores de discos, naquela gravadora, em alguns momentos chegou a
superar Roberto Carlos. Principalmente no Norte e Nordeste, onde suas musicas
eram esperadas para os festejos juninos, nos famosos discos “Pau de Sebo”.
Cantor e compositor, de estilo de Jackson do Pandeiro, em seu repertório
cantava samba, bolero, coco e maxixe e carimbó. Em 45 LPs, e 4
CDs, gravados, estão grandes sucessos: “Salada em Família”, “O
Canto do Galo”, “Ninguém Segura o Nosso Amor”, “Zé dos Santos”, “Voltei
Sonhando”, “É Hoje que a muda fala”, “Só Vou de Mulata”, “Minha Companheira
Solidão”, “ê Cariri (um clássico da música nordestina), “Torrado do Rio”, “Só
no Kakiado”, “Beleza da Rua”, “A Fonte Secou”, “É Caco Pra Todo Lado”, “Festa
no Paió”, “Fole Velho”, “Prepare a Fogueira”, “Festejos Juninos”, “Secretária
do Diabo”, entre tantas outras. Eu cresci ouvindo mamãe
cantar músicas de Osvaldo Oliveira. Ela nunca se importou com o cantor - canta
o que gosta e pronto. Mas, como sou um pouquinho curioso, me interessei pelo
cantor paraense, tinha alguns de seus discos. E confesso, quando soube de sua
morte, foi como se tivesse sido alguém meu. E que gostasse muito. Na época
eu estava numa dura batalha, tentando salvar minha mulher, que partiria um
pouco mais de dois meses depois dele. – fcésar
NOTA: Este texto só foi
possível, com riqueza de detalhes - uma vez que não há quase nada escrito sobre
Osvaldo Oliveira (isto é Brasil!) – graças ao programa “Memória do Rádio da
Rádio”, da Rádio Educadora de Salvador. Programa produzido e apresentado por Perfilino
Neto. A parte do desastre aéreo colhi do Site Wikipédia.
Também crescir ouvindo esse grande cantor paraense Osvaldo Oliveira que em suas poesias musicais expressava o amor que tinha pelo Pará.Sou paraense de Capanema é dentre tantas ele também fala na minha cidade.
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