sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

MÉTODO INFALÍVEL


Minha mulher tinha um jeito, todo dela, no trato comigo.

Nos anos 90, quando eu ainda estava no bairro da Ribeira, as vezes precisava ficar um pouco mais no trabalho: terminar uma Folha de Pagamento, preencher alguns formulários de impostos. Ou mesmo concluir documentos para uma Licitação no dia seguinte. Na empresa não havia computador (só chegou em 1997, já quando eu estava sendo demitido) e eu "dedilhava" numa máquina de datilografia. Digo "dedilhava", porque sou "colega" de Luiz da Câmara Cascudo: tudo o que escrevo, faço com o um dedo só - o indicador direito (como o grande escritor). Ou seja: sou o que chamam por aí de dedógrafo. Com isso bato nas teclas rápido demais, atropelando palavras e ideias. Depois tenho que rever tudo e fazer os devidos consertos.

O tempo ia passando. Dava 21 horas e eu não chegava em casa. Graça me ligava na empresa e, com sua doce voz de CD, era curta e "educada": "Meu 'filho', você vem dormir em casa hoje? Se não vier, diga, pra eu ligar para o "outro" vir. Não quero dormir sozinha." E desligava o aparelho.

Hei, eu ia pra casa ligeiro demais! Pense numa pressa! Ela me recebia abrindo a porta, um beijo no meu rosto, um carinho e a "cínica" pergunta: "Já chegou, meu 'filho'?" - fcésar

Um comentário:

  1. Chico prazer conhecê-lo e ler suas histórias,nossa passagem por Natal foi ótimas assim como as pessoas daqui!!!continue escrevendo !!abracos Tassiana e henrique

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