sexta-feira, 19 de julho de 2013

O FAZEDOR DE HORÁRIO


Tenho um amigo de longa data, e juntos temos o hábito de, nas sextas-feiras, ou nos sábados, nos encontrarmos na Peixada da Comadre de Ponta Negra, para saborearmos peixes e frutos do mar. Não conheço, em Natal, um melhor lugar para esta iguaria. E com a qualidade de quem está no mercado há mais de 70 anos. Jerônimo, o proprietário – um dos filhos da “comadre” – sempre nos recebe de braços abertos e um sorriso acolhedor. É assim com todos seus clientes. E é um restaurante bastante prestigiado pelo nativo. Em minha opinião, um diferencial.

Entre uma garfada e outra, falar da vida alheia ainda é nosso prato predileto. Não paga imposto. E ai de quem “cair” nessa minha língua medonha... Detalhe: se for amigo, tendo um defeito, eu retiro. Mas, eu não gostando do “elemento”, se não tiver defeito, eu boto.

Meu amigo havia acabado de casar. Certa noite, depois de um gostoso papo com amigos na rua, chegou a sua casa já passando das 23 horas.  Jaqueline, a jovem e inexperiente esposa, foi encontrá-lo na garagem reclamando:

- Não acha que está cedo demais?

Sem desligar o carro, o amigo rapidamente elevou o relógio à altura dos olhos, deu um rapidíssimo tempo em silencio, e disse:

- Você tem razão. É cedo mesmo!

Deu marcha à ré e foi dormir sozinho em um motel. No outro dia voltou par a casa já passando das 23 horas. “Dona” Jaqueline o esperava com a cara parecendo um “bicho”, mas calada. Nunca mais reclamou de horário. - (fcb/cp)

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