1) - Escola Base foi uma escola particular da Cidade de São Paulo fechada em 1994.
Seus proprietários, o casal Icushiro Shimada e Maria Aparecida Shimada, a
professora Paula Milhim Alvarenga e o seu esposo e motorista Maurício Monteiro
de Alvarenga foram injustamente acusados pela imprensa de abuso sexual contra alguns alunos de
quatro anos. Para quem
não lembra, o chamado “Caso Escola Base”
foi um conjunto de acontecimentos – equivocados – que envolveu a imprensa, e as
atitudes precipitadas e muito questionadas por parte do delegado que investigou
o caso, supostamente agindo pressionado pela mídia televisionada e pelas manchetes
de jornais. Não
demorou muito e as autoridades descobriram que tudo não passou de fantasias de
crianças... Em 1995
Icusiro, Maria, Paula e Maurício moveram uma ação por danos morais contra a
Fazenda Pública do Estado. Eles ganharam as duas primeiras instâncias. O
processo está em Brasília, aguardando a sentença final. Os órgãos de imprensa
processados por danos morais são os seguintes:
Folha de São Paulo, O Estado de São Paulo, O Globo, SBT, TV
Record, Rádio e TV Bandeirantes, Revista Istoé e Veja.
2) - Na semana passada um homem, identificado como Hélio, foi acusado
de pedofilia por sua vizinha (com quem tinha uma rixa). O boato deixou a
população revoltada e terminou em tragédia.
3) – Em 3 de maio do corrente, uma mulher de nome Fabiane Maria, foi
linchada e morta, em Guarujá, São Paulo, acusada de seqüestrar crianças. O
boato surgiu e se proliferou – a velocidade da luz - em redes sociais.
4) – Domingo o Fantástico contou a história de Antônio, funcionário
de uma escola em Barueri, São Paulo. Ele é acusado de abusar sexualmente de
três crianças de três anos cada...
5) – Você conhece o filme “A Caça” (Jagten/2012)? Uma excelente obra cinematográfica,
dinamarquesa, dirigida por Thomas Vinterberg, com o roteiro de Tobias Lindholm
e Thomas Vinterberg. Enredo: em uma cidadezinha do interior da Dinamarca vive
um solitário professor de escola primária, vivido pelo ator Mads Mikkelsen. Klara
(Annika Wedderkopp) é uma de suas de alunas. Ela tem 6 anos de idade. Carente
de carinho familiar (seus pais estão preocupados em satisfazer suas vidinhas medíocres),
canaliza suas emoções para o professor. Numa cena ela pega o professor
desprevenido e o beija na boca. Com paciência e compreensão o homem a repreende
dizendo que ela deve beijar seus pais. A menina se sente rejeitada por aquele
que ama. No mesmo dia, já em casa, seu irmão mais velho, junto com um amigo,
mostra a garotinha uma foto de um homem nu, excitado, junto com uma mulher nua.
Na primeira oportunidade a criança comenta na escola ter visto o pênis do
professor. E segue, a partir daí, uma seqüência de entrevistas com a criança,
feitas por pessoas erradas, com linguagens erradas. Em uma cena a diretora
pergunta: “Você viu ‘leite’”? A menina – não se sabe se por “vingança” (pela
rejeição do beijo) ou inocência, por não saber do que se trata o tal “leite” –
diz que “sim”... E uma “mentirinha inocente” é suficiente para destruir um ser
humano... Recomendo a pais, mestres, psicólogos, e autoridades...
6) – Estamos vivendo um período medieval. Uma verdadeira barbárie. O caos.
As pessoas estão, cada vez mais, se achando no direito de fazer justiça com as
próprias mãos. A meu ver tem, em parte, a ver com a incompetência do Estado no
que se refere a aplicar a lei. Isso tanto faz com os bandidos de “colarinho
Branco” quanto os assassinos do dia a dia. A polícia prende e os juízes soltam
no outro dia. Essa “lacuna” - de falta de punição é que está dando o “direito”
do povo agir. E tem agido errado. Mesmo em se tratando de um verdadeiro
criminoso, nenhum de nós tem o direito aplicar a lei. Agir em nome da lei. Pela
lei. A Violência está aí, na tela da TV. Quer seja no famigerado MMA/UFC, nas
novelas, nos programas policiais, onde os apresentadores excitam o povo à “justiça”.
Depois, ninguém falou nada! Afinal, até onde iremos?... - [chico potengy]
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