quarta-feira, 12 de novembro de 2014

AMELINHA

Em 1977, Raimundo Fagner nos brindou com a belíssima “Flor da Paisagem” – de Roberto de Recife e Fausto Nilo – no seu disco “Orós”.

Um dia, de 1979, sintonizei uma rádio local e estava tocando “Flor da Paisagem” numa voz doce, suave e, desconhecida. Aguardei ansioso o locutor anunciar quem era a dona daquele encanto oral: “Amelinha” (Amélia Cláudia Garcia Collares). Nunca havia ouvido falar. Tornei-me fã instantaneamente. Comprei o disco. Depois outros clássicos nordestinos vieram pela sua voz: “Dia branco”, “Frevo mulher”, “Foi Deus que fez você” (quando ficou em segundo lugar no Festival da MPB 80), “Gemedeira”, “Mulher nova, bonita e carinhosa, faz o homem gemer sem sentir dor”, “Dez Mil Dias”, “Amar quem eu já amei”, “Romance da lua, lua”, “Água e luz”, “Noites de Cetim”, “Pedaço de canção”, “Mistérios do amor”, “Galope Rasante”, (a antológica) “O Coito das araras”, entre tantas outras composições, tão belas em sua voz sensualmente nordestina. 

Depois do fracasso de seu casamento com Zé Ramalho, a bonita cearense - de olhos verdes e linda boca carnuda - desapareceu. Um dia de 1990 a vi homenageada no programa “Clube do Bolinha” – TV Bandeirantes. O repertório, por ela escolhido, estava anos-luz distante da Amelinha que eu cultuava. Vi uma “paulista”. Nada da nordestinidade que fez eu me encantar por ela. Restaram-me seus quatro primeiros discos. - fcésar

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